segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

domingo, 27 de dezembro de 2009

cartas perdidas. (2)

“Meu querido,


Mais uma vez a saudade fala mais alto. Quem me dera sentir-te aqui comigo.

Não te pergunto o que sentes tu, sei a resposta.

Comigo, cá vou andando no meio da desilusão.

Não digo isto a chorar, mas digo magoada. Sabes bem do minha dificuldade em confiar nas pessoas e entregar-me a elas depois do que nos aconteceu. Tu percebes os meus traumas e receios. Pois bem. Voltou a acontecer. Numa altura em que eu pensava que tudo ia correr bem, que tudo ia finalmente ganhar sentido, porque ajudava-me a recuperar as forças de todas as batalhas, eis que me tiram o chão debaixo dos pés. Mais uma vez!

Não consigo percebe onde errei desta vez. Talvez nem tenha errado. Apenas me dei a conhecer melhor. Apenas mostrei quem sou e o resultado foi o esperado.

Nunca pensei que isto me afectasse tanto como afectou. Acho q acima de tudo foi a desilusão e o que tantas vezes acontece: tentarem-me fazer de parva. Para quê atirarem-me com poeira para os olhos? Para quê tentar enganar-me com falinhas mansas?! Sinceramente estou farta disso e o resultado é só um: nunca mais vou confiar em ninguém. Não vale a pena!

Sei que te prometi que ia tentar. E acredita, eu tentei, mas não aguento a desilusão e não quero mais isto.

Contigo eu sei que foi e se mais tempo tivéssemos, mais seria diferente. Tu percebias-me e conseguias ter total acesso ao meu verdadeiro ser, sem nunca me magoares ao fechar uma porta.

Desculpa por não conseguir.

Allexia”

domingo, 6 de dezembro de 2009

cartas perdidas

"Meu Querido….



A saudade que tenho de ti fazem-me escrever estas palavras a tremer…
Não pergunto como estás. Sei a resposta…

Eu cá vou andando, tentado sobreviver a cada dia, num sítio que não compreendo… observo, mas não compreendo! Talvez até aceite, mas há muita coisa que não consigo entender!
Esta vinda para aqui, para começar do zero uma vida que para mim perdeu rumo, não tem sido fácil… não sei se aguentarei muito tempo. Não prometo. Mas não quero falar mais disso…


Escrevo-te, hoje mais que nunca, porque tenho-me apercebido que o amor morreu! Não o nosso, claro! Mas à medida que vou falando com as pessoas, daquilo que tenho apreciado as pessoas já não amam. Não estão para perder tempo e paciência com isso… culpam o stress e a vida apressada. Tudo o que se quer é comida rápida e fácil. Roupa fácil e rápida de encontrar. Relações rápidas e fáceis! Basicamente tudo se resume a sexo. Já não se fala em “fazer amor”, já ninguém está para perder o seu precioso e egocêntrico tempo a pensar em alguém e em como fazer essa pessoa feliz. Ao que parece os romances ficaram todos pelos livros, para as histórias de princesas e príncipes montados em cavalos brancos… tudo ficou fechado em livros poeirentos que alguém esqueceu num sótão abandonado… talvez esta seja a evolução da sociedade, mas meu amor, estará certo? Será que ninguém percebe o quanto é bom sentir que se ama e é amado por alguém? Estaremos nós num mundo errado, meu bem? Sim, sem dúvida, estaremos!
Sabes, no fundo tenho pena destas pessoas, que nas suas vidas aceleradas não conseguem perceber a essência da vida. Não conseguem sentir toda a emoção traduzida num gesto de carinho, num abraço, num entrelaçar dos dedos… oh que gente esta que não compreende aquele sentimento de bem-querer, de abdicação completa de um “eu” em função de um “nós” muito mais enriquecido de vida e felicidade… esta mesma gente que nunca chorou por amor. Que nunca sentiu o friozinho na barriga só por estar na presença da cara metade… acho que estas pessoas não acreditam em cara-metade.
Não os condeno… apenas não percebo. Duvido que alguma vez alguma destas almas percebesse o nosso amor incondicional! Acho que eles é que perdem… porque se neste momento a minha vida acabasse, nada me faltaria, porque um dia amei-te!


Um beijo cheio de saudade.


Sempre tua,
Allexia"

transcrito por Rita