domingo, 27 de dezembro de 2009

cartas perdidas. (2)

“Meu querido,


Mais uma vez a saudade fala mais alto. Quem me dera sentir-te aqui comigo.

Não te pergunto o que sentes tu, sei a resposta.

Comigo, cá vou andando no meio da desilusão.

Não digo isto a chorar, mas digo magoada. Sabes bem do minha dificuldade em confiar nas pessoas e entregar-me a elas depois do que nos aconteceu. Tu percebes os meus traumas e receios. Pois bem. Voltou a acontecer. Numa altura em que eu pensava que tudo ia correr bem, que tudo ia finalmente ganhar sentido, porque ajudava-me a recuperar as forças de todas as batalhas, eis que me tiram o chão debaixo dos pés. Mais uma vez!

Não consigo percebe onde errei desta vez. Talvez nem tenha errado. Apenas me dei a conhecer melhor. Apenas mostrei quem sou e o resultado foi o esperado.

Nunca pensei que isto me afectasse tanto como afectou. Acho q acima de tudo foi a desilusão e o que tantas vezes acontece: tentarem-me fazer de parva. Para quê atirarem-me com poeira para os olhos? Para quê tentar enganar-me com falinhas mansas?! Sinceramente estou farta disso e o resultado é só um: nunca mais vou confiar em ninguém. Não vale a pena!

Sei que te prometi que ia tentar. E acredita, eu tentei, mas não aguento a desilusão e não quero mais isto.

Contigo eu sei que foi e se mais tempo tivéssemos, mais seria diferente. Tu percebias-me e conseguias ter total acesso ao meu verdadeiro ser, sem nunca me magoares ao fechar uma porta.

Desculpa por não conseguir.

Allexia”

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