quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Desilusão

Desilusão…


Sinónimo de desengano e decepção, não passa de um sentimento provocado pela ilusão e naquilo que infantilmente sonhamos ou sem qualquer tipo de racionalidade…

Talvez, eu seja demasiado inconsciente para acreditar nas pessoas… para pensar que as amizades fortes, também nos podem proteger e defender quando somos atacados.. oh que incosciente que eu sou…

Sou demasiado ingénua para achar que os nossos ídolos, não falham e não têm atitudes menos próprias…

Sou demasiado burra para não acreditar naquilo que os meus olhos e pensamentos me dizem… se eu sei que o que tenho não é o quero, não será melhor não ter???

Não sei…. Talvez um dia mude….

Rita

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Masmorras de Solidão

O trajecto descendente é pautado por curvas apertadas. A viagem é feita numa carrinha onde impera a des(ordem) das ferramentas. Sob um sol escaldante deixamos o vento invadir livremente o habitáculo. Com os cabelos desgrenhados assistimos à dança dos papéis. A fricção do vento e a música emanada pelo rádio concorrem desenfreadamente. Neste ambiente ou se tem uma voz de tenor ou nem vale a pena debitar palavras. Simplesmente são arrastadas pela fúria do vento ou misturadas e tornadas imperceptíveis com a letra da música.

O corpo contorce-se de forma involuntária num conflito permanente com a direcção tomada pela viatura.

Aqui e ali somos sobressaltados por um piso irregular e visivelmente deteriorado. Fruto por certo da passagem dos tempos, que por ali não circulam com regularidade carros.

Marionetas sujeitos as leis da física ou na perspectiva de alguns pelos desígnios superiores de um Senhor Misericordioso.

Finalmente avista-se a casa objecto da nossa demanda. À primeira vista assemelha-se as demais. Modesta é certo! Piso térreo de pintura aparentemente recente. Uma faixa inferior que rivaliza com os tons do céu, agora imperceptíveis pela imensidão transbordante de luz.

Suspenda-se a viagem e cumpra-se a missão – providenciar uma adequada recepção de um aparelho televisivo. Não é destino, nem uma vontade superior ditando preceitos, simplesmente um compromisso assumido. A tarefa é simples e o Velo de Ouro assumirá para a maioria a forma de meios de pagamento. Pessoalmente revelar-se-á profícuo em reflexões e amálgamas de sentimentos.

Saídos da carrinha e à medida que nos aproximamos da habitação é perceptível um ambiente imundo. Mas só quando atravessamos a porta de entrada e penetramos no seio da habitação, se torna possível percepcionar a magnitude da decadência. As palavras custam a pronunciar.

O odor nunca experimentado atinge-nos surpreendentemente. O ar contaminado revela-se assaz desagradável e a custo respirável. Prevendo ser inexpugnável somos compelidos, de forma quase instintiva, a abandonar aquele espaço. Mas perante a necessidade de permanência, ensaiam-se todo o tipo de estratégias de modo a contornar a situação.

Por fim colasse-nos os sapatos ao chão como um íman. Perscrutando a razão para a prisão deparamo-nos com um soalho onde parece radicar toda a espécie de impurezas. O desejo de sorver ar fresco apodera-se de forma incessante e crescente.

Mas simultaneamente não consigo desviar o olhar da senhora idosa que atenta de forma serena a televisão. Uma serenidade que deixa transparecer de forma simultânea sabedoria e demência.

As imagens vivas e coloridas sucedem-se em catadupa intermediadas com barras em tons de cinzento pela acção do meu colega.

Mas a tudo permanece insensível a idosa. Envolta numa praga de moscas em constante rodopio, permanece impávida como uma esfinge num estranho apaziguamento. O tempo perdeu importância. Há muito que deixou de acreditar num destino melhor. A frustração perante a impotência sobrepõe-se à vontade.

Mãe com uma vida tão só e triste. Aguarda pacientemente a morte porque sabe que nesta vida não terá mais alegrias.

Nelson

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Nelson...

Este post foi o primeiro do Chá de Morango. Devido ao Nelsito nunca mais se decidir a pronunciar sobre a minha pessoa, achei por bem retira-lo... Agora que fui definida de forma tão floreada e amável, creio que fica novamente descompassado e portanto apresento o Nelson.
(peço desculpa aos eventuais leitores deste blog, pela minha escrita ser tão básica e simplória.
Peço desculpas a ti, Nelsito, por mais uma vez não estar a altura do desafio.)


É para mim bastante difícil descrever alguém que conheço tão bem... parece que nenhuma palavra está suficientemente a altura do desafio... mas vamos lá tentar.... (Nelsito, caso não esteja do teu agrado e me queiras agredir, lembra-te de todas as nódoas negras que eu já te fiz!)... vamos lá então começar pelo principio:


Vizinhos em Fzz, vizinhos em Coimbra, alunos do mesmo curso, frequentadores dos mesmo locais e no entanto nem falávamos nem dávamos pela existência um do outro... com excepção das piscinas, em que eu fazia corridas com ele, sem este saber e mesmo assim perdia sempre (bolas!!!)...

Pouco a pouco fomos ganhando confiança, fomos ficando mais amigos e foi assim que eu conheci uma das pessoas mais sincera, mais bondosa e mais amiga deste universo..

As caracteristicas que acho relevante nesta personagem que o mundo ganharia muito em conhecer passam por um enorme coração (nunca vi uma pessoa a perdoar e aturar tanta coisa, e sempre como se nada fosse), alguém extremamente calmo (tão calmo, mas tão calmo que às vezes até me irrita), uma pessoa resiliente, inteligente, paciente, óptimo analista das situações, um exigente com o mundo, mas principalmente consigo próprio, um crítico que não deixa passar nada, um super colega, um amigo muito especial, um irmão para mim...

Amante de música clássica e com uma queda para a música argentina, sonha com o dia em que dançará bastante bem o tango...

Aprecia exposições de arte, lê poesia, e grandes obras...

Adora desporto, em especial natação, tennis e jogging (desportos que pratica)...

Aos olhos de quem esteja mais distante parece alguém calado, tímido e muito sério.. mas quem o conhece melhor sabe que é capaz das maiores loucuras e palermices em prol da diversão e de bons momentos passados entre amigos...

Como meu amigo, só lhe posso agradecer por estar comigo nas festas e comemorações, assim como nas tristezas, é nos momentos mais complicados... É alguém que marcou a minha vida e assistiu ao ponto de viragem e crescimento...

O Nelsito, além de meu companheiro de Chá de Morango, é das poucas pessoas em que entre nós o silencio não é incomodativo, muitas vezes nem precisamos de falar para saber como o outro está...

Em jeito de metáfora (e não da minha autoria), o Nelson pra mim é como um farol, que de terra me vai dando indicações e ajuda, para quando a tempestade não me deixa ver o meu caminho...

Sei que muitas coisas ficaram por dizer, nunca chegaria ao fim, mas desafio os eventuais leitores deste blog a compreenderem e conhecerem o meu amigo e fiel escudeiro, Nelson...

"Despeço-me com amizade"

Rita

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Emoção Naïf em Movimento

Ou como definiria a Rita em três palavras… 2 em português e uma em francês, somente para parecer mais pomposo.
Mas temo (especificamente as agressões da Boo, aproveitando para afirmar que a foto da menina ingénua e cândida é enganadora), que seja uma definição pouco esclarecedora. Como tal resolvi-me a alongar um pouco mais e a focar alguns traços que parecem-me específicos da personalidade da Rita.
Apresentá-la-ia como um ser em que predomina o impulso, regendo-se predominantemente por ditames de ordem emotiva em detrimento da razão.
Imbuída de um pragmatismo avassalador e desconcertante, não vislumbra-se num primeiro contacto a utopia e o nobre idealismo dos seus propósitos de vida.
Carrega em si o título de Provedora do Disparate sem Sentido - não obstante o disparate ser em si desprovido de sentido - desatino de tolices e absurdos, da mesma forma que Atlas suportava nos ombros a abóbada do céu. Não posso deixar de discordar. A ser provedora será da capacidade de entrega e dedicação ao outro na arte da amizade.
De tempos a tempos ondas de irrequietismo e sobressalto invadem a sua vivência. Intermitências de sombras, como uma borboleta em torno de uma lâmpada que momentaneamente ofuscam a sua vitalidade e energia.
A obscuridade, o sentimento de insegurança e a indefinição do rumo a tomar levam-na a pensar que o cosmos conspira contra ela. Tudo é colocado numa dupla perspectiva: o Mundo e Eu.
É nisto que resulta a complexidade da Rita. De uma generosidade invulgar, entende genuinamente as necessidades dos outros revelando-se solicita a resolver os seus problemas.
Porém, quando o problema é seu tende a sentir-se desorientada, como que embrenhada numa floresta densa sem perspectivas de saída.
Mas a inconsistência resulta unicamente da necessidade premente de sentir-se apoiada, reconhecida e amada, como alias os demais seres.
Dai o meu apelo - se virem a Rita na rua não hesitem … abracem-na. Nesse momento poderão estar certos de terem encontrado alguém verdadeiramente autêntico e maravilhoso.
Termino referindo que é na simplicidade e naturalidade que reside a beleza da Rita, não obstante os comentários relativos à foto.

Nelson